domingo, 29 de junho de 2008

Hino do Hipertireoidismo

Moçadinha bonita..Dêem uma olhadinha nesse vídeo!! Muito, muito, muito engraçadinho!! É uma paródia do Hino Nacional(num sei nem se isso é proibido..hehe) com a letra falando do hipertireoidismo. Muito bacaninha!

http://www.youtube.com/watch?v=syI9vs0utBk
Aí, galera! Encontrei esse site muuuito interessante, explica tudinho sobre as doença da tireóide e sobre os hormônios! Muito fera mesmo, com direito a vídeos e tudo!Vale a pena conferir!

http://www.clubet4.com.br

sábado, 28 de junho de 2008


Síntese, secreção e ações metabólicas dos hormônios tireóideos

1- Introdução:

A glândula tireóide é responsável pela síntese dos hormônios T3 e T4, triiodotironina e tiroxina respectivamente, por intermédio da captação de iodeto, os quais são responsáveis pela regulação da taxa metabólica corporal em geral. Sua função depende, também, da absorção do iodo, elemento químico essencial na síntese de seus dois hormônios mais importantes: T4 e T3. Esses dois hormônios são responsáveis, respectivamente, por 90% e 10% do débito total da tireóide. Além desses dois, a tireóide produz o chamado T3 reverso, ou rT3.

Esses três funcionam de maneira conjugada. O T4 funciona, sobretudo como um pré-hormônio, sendo que a monodeiodinação do anel externo de sua estrutura molecular fornece 75% da produção diária de T3, que é o principal hormônio ativo. Alternativamente, a monodeiodinação do anel interno fornece rT3, que é biologicamente inativo.

Ela é crítica para o desenvolvimento e crescimento normais. Tem origem do endoderma, localiza-se na região anterior do pescoço e divide-se em dois lobos que ficam em cada lado da traquéia.

2- Síntese e liberação



Possuem uma única camada de células epiteliais cubóides produtoras de T4 e T3 forma um folículo circular, e células C (células parafoliculares) as quais são responsáveis pela síntese de calcitonina. Dentro da luz folicular os hormônios recentemente sintetizados são armazenados na forma de um material colóide. São sintetizados a partir de tirosina e iodeto pelo complexo enzimático da peroxidase. A tirosina é incorporada em ligações peptídicas dentro da glicoproteína (tireoglobulina) . Sofrem iodação, duas moléculas de de iodotirosina são ligadas para formar iodotironinas (hormônios tireoidianos).

A Secreção de T4 e T3 armazenada requer tireoglobulina da luz do folículo por endocitose. Para apoiar a síntese hormonal, o iodeto é conservado reciclando as moléculas de iodotirosinas.

3- Controle da secreção dos hormônios tireoidianos e transporte no sangue (T3 e T4)



A atuação da tireóide é controlada pela ação do TSH (hormônio estimulante da tireóide), que é um hormônio produzido pela hipófise, que por sua vez é estimulada pelo TRH (tireotropina) produzido no hipotálamo.

A partir da 11ª a 12ª semana de idade gestacional ela é capaz de sintetizar e secretar hormônios tireoidianos sob estímulo do (TSH) fetal. Tanto o TSH quanto o hormônio tireoidiano fetais são necessários para o desenvolvimento intra-uterino normal do sistema nervoso central (SNC) e do esqueleto.

A regulação da secreção de hormônio tireoidiano pelo TSH está sob controle por retoalimentação negativa (efeito feedback). O T3 e T4 circulantes agem na hipófise para diminuir a secreção de TSH; se os níveis destes caírem, a secreção de TSH aumenta. O T3 e T4 quando livres, e não as porções ligadas a proteínas, regulam o débito hipofisário de TSH. A hipófise é capaz de desiodar T4 em T3, e este último age como a efetora final do bloqueio do TSH.

Na circulação a forma do hormônio em maior quantidade é o T4, devido a sua menor velocidade de depuração metabólica e renovação fracional em comparação à T3.

O T3 e o T4 circulam quase inteiramente ligados a proteínas, porém é a fração livre que é ativa, ou seja, T3 é a molécula responsável pela maioria das ações tissulares do hormônio tireoidiano, pois é ela que é ativa. A proporção de T4 entre T3 e rT3 regula a

disponibilidade do hormônio tireóideo ativo.

A principal proteína de fixação é a globulina fixadora de tiroxina (TBG), que é uma globulina sintetizada no fígado. Além de transportar os hormônios, ele também tampona as modificações agudas na função da tireóide e evita que os hormônios, que são moléculas relativamente pequenas, sejam perdidos na urina, ajudando a conservar o iodeto.

4- Principais efeitos metabólicos dos hormônios tireóideos no organismo.






Aumentam a atividade metabólica de quase todos os tecidos do organismo. O metabolismo basal pode aumentar até 100% acima do normal, quando é secretada grande quantidade desses hormônios. O hormônio tireoidiano aumenta e é um grande regulador da taxa metabólica basal. Utilização de oxigênio, produção de CO2 e termogênese são estimuladas por mecanismos que inclusive o de desacoplamento entre a síntese de ATP e a oxidação de substratos, aumento no tamanho e número de mitocôndrias, atividade aumentada de Na+, K+ -ATPase e taxas aumentadas de oxidação e síntese de glicose e ácidos graxos.


O aumento do número e tamanho das mitocôndrias por sua vez aumenta o número da atividade das mitocôndrias, que por sua vez aumenta a velocidade de formação de ATP (trifosfato de adenosina) para energizar a função celular, aumentando a temperatura corporal. Entretanto, pode representar tanto o resultado da atividade aumentada das células como a causa do aumento.

A estimulação do metabolismo dos carboidratos pelo efeito do hormônio tireóideo, provavelmente resulta no aumento global das enzimas metabólicas celulares.

E no metabolismo das gorduras, aumentam estimulando a concentração de ácidos graxos livres no plasma e acerelam acentuadamente a oxidação dos ácidos graxos livres pelas células.

Segundo BERNE; LEVY 2003, o efeito metabólico geral do hormônio tireoidiano é descrito como o de acelerar a resposta ao jejum.


Os hormônios tireoidianos causam grandes efeitos no sistema cardiovascular, como o aumento do fluxo sangüíneo e do débito cardíaco, aumento da freqüência e da força cardíaca.


A forma ativa, ou seja, T3 também aumenta a síntese protéica e, com isso, a síntese de enzimas, aumenta o tamanho e o número de mitocôndrias na maioria das células, aumenta a atividade contrátil do coração, promove a absorção rápida de glicose

pelas células e, por fim, incrementa a glicólise, a gliconeogênese e a mobilização de lipídios, aumentando a disponibilidade de ácidos graxos livres para oxidação como forma de obtenção de energia. O T3 tem papel importante na maturação, estimulando a

ossificação endocondral, o crescimento linear do osso e a maturação dos centros ósseos epifisários.

Além disso, o T3, especificamente, pode acelerar o crescimento facilitando a síntese e secreção do (hormônio gonadotrófico) GH (Berne & Levy, 2003; Guyton & Hall, 2006).

Em exercício, a liberação de TSH aumenta, no entanto, esse aumento na liberação de hormônio tireóideo não acontece imediatamente depois do aumento da liberação de TSH, pois acontece um atraso. Além disso, durante sessões de exercício submáximas prolongadas, os níveis de T4 permanecem relativamente constantes em aproximadamente 35% a mais do que os níveis de repouso, depois de um pico inicial no começo do exercício, e os níveis de T3 tendem a aumentar.


5. Bibliografia


1. GUYTON, A.C.; HALL, J.E.Tratado de Fisiologia Médica. 11ª Ed.

Trad. Edit. Saunders Elsevier Ltda. Rio de Janeiro-RJ, 2006.

2. BERNE; LEVY, M.N.; Fundamentos de Fisiologia.

A. Stanton, 2003.

Hipotireoidismo e Hipertireoidismo
Parte I

As principais doenças relacionadas à tireóide são o hipertireoidismo e o hipotireoidismo. Uma é, quase sempre, o oposto da outra.
Mas.. o que são essas doenças, afinal??

O Hipotireoidismo é uma doença da tireóide que é caracterizada pela baixa produção dos hormônios tireoidianos. A falta desses hormônios ocasiona o baixo metabolismo característico dos portadores dessa doença. É mais comum em mulheres, principalmente as de mais idade.







Hipertireoidismo é uma doença que, ao contrário do hipotireoidismo, é caracterizada pela
produção excessiva dos hormônios tireoidianos. Essa alta produção leva ao chamado hipermetabolismo. Também é mais comum em mulheres, porém de idade entre 20 e 40 anos.



Hipotireoidismo e Hipertireoidismo
Parte II
Mas..quais são as causas??

As principais causas do Hipotireoidismo são:
-tireoidite de Hashimoto, que é uma doença auto-imune da tireóide. Leva o organismo a produzir anticorpos contra a própria glândula, ocasionando sua destruição.
-uso do iodo radioativo como tratamento para o HIPERTIREOIDISMO!! O tratamento também leva à destruição da tireóide, que pode levar à condição contrária, que é o hipotireoidismo. Segundo Marcelo Hermes, isso é causa de processo(haha).
-cirurgia, com retirada parcial ou total da tireóide
-medicamentos que interferem na síntese e liberação dos hormônios da tireóide (amiodarona, lítio, iodo)
-deficiência de iodo na alimentação. Os hormônios da tireóide, a TRIIODOTIRONINA(T3), TETRAIODOTIRONINA(T4) são dependentes de iodo.
-a má formação da glândula tireóide (defeitos embrionários)
-defeitos hereditários das enzimas que sintetizam os hormônios(hipotireoidismo congênito)
-doenças e medicamentos utilizados pela mãe que interferem no funcionamento da glândula do filho
-doença da hipófise, levando à redução da produção do TSH




As principais causas do Hipertireoidismo são:
-doença de Graves, que também é uma doença auto-imune da tireóide.São produzidos anticorpos pelo organismo que exercem um efeito semelhante ao do hormônio que regula o funcionamento da tireóide, o TSH, e levam ao crescimento e ao funcionamento exagerado da glândula.
-Nódulos da tireóide

-bócio multinodular, uma doença que acontece em pessoas mais idosas, geralmente com tireóides aumentadas há muitos anos

-tireoidite linfocítica e tireoidite pós-parto
-ingestão de hormônio tireoidiano em excesso, para tratamento de hipotireoidismo ou como componente de outras medicações (por exemplo, “fórmulas” para emagrecer).
-ingestão excessiva de iodo



E como é feito o diagnóstico??


O diagnóstico de ambas as doenças pode ser feito através de exame de sangue que mede a dosagem de TSH. Uma vez que esse hormônio realiza um mecanismo de feedback negativo com os hormônios tireoidianos, a contagem baixa ou alta indicará um possível hipertireoidismo ou hipotireoidismo, respectivamente. Também pode, obviamente, ser feita a dosagem de hormônios tireoidianos (T4 e T3).
Exames que detectam a presença de anticorpos também podem ser feito para detectar as possíveis doenças auto-imunes da tireóide(Hashimoto e Graves).
O teste do pezinho detecta hipotireoidismo em recém-nascidos.


E quais são, afinal, os sintomas??



Quanto à glicemia:



O hipertireoidismo causa o quadro de hiperglicemia. Os hormônios tireoidianos aceleram as taxas deglicólise que, apesar disso, são superadas pelo aumento na taxa de gliconeogênese e aumento na absorção de glicose no intestino. Em pessoas que não tem diabetes, esse aumento na glicose circulante é compensado pelo aumento na produção da insulina, porém, em quem a possui, a doença pode ser agravada. Para saber mais sobre Hipertireoidismo X diabetes, entre no site

http://www.bengalalegal.com/tiroide.php
No Hipotireoidismo verifica-se frequentemente o quadro de HIPOglicemia, portanto.

Quanto à lipidemia:



Quanto ao metabolismo de triglicerídios, colesterol e fosfolipídios, verifica-se, no hipertireoidismo a chamada hipolipidemia e hipocolesterolemia. O oposto é verificado no hipotireoidismo. Os hormônios da tireóide aceleram a síntese e degradação de lipídios, porém, em excesso, a degradação supera as taxas de produção, levando à baixa concentração no sangue. A baixa quantidade de hormônios da tireóide ocasiona um hipometabolismo de lipídios, levando ao aumento da sua concentração no sangue, por sua vez. Outra explicação é que o excesso de hormônios da tireóide provoca aumento na quantidade de receptores de LDL nas células do fígado, que leva a uma maior excreção do colesterol pela bile.Para aprender mais sobre isso e a relação entre hipotireoidismo e aterosclerose, entre no site
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X200500240000



Quanto ao consumo de O2 e termogênese:



A principal hipótese a respeito dos efeitos do excesso de T3 e T4 é que ele causa o desacoplamento da cadeia respiratória em relação à fosforilação oxidativa, o que leva ao aumento do consumo de oxigênio e da termogênese. Por isso, pessoas com hipertireoidismo têm intolerância ao calor, enquanto pessoas com hipotireoidismo têm intolerância ao FRIO!
CURIOSIDADE: O consumo de oxigênio normal situa-se em torno de 250 ml/min no adulto em repouso, podendo aumentar para até 400 ml no hipertireoidismo.



Os hormônios da tireóide, quando em altas taxas, levam a uma alta produção de enzimas e coenzimas. Devido a isso, há uma maior necessidade de ingestão de vitaminas nos portadores de hipertireoidismo.



Quanto ao metabolismo de proteínas:



O hipertireoidismo leva à catálise de proteínas, enquanto que o hipotireoidismo tem efeito anabolizante sobre proteínas tissulares e plasmáticas. Por isso, pessoas com hipertireoidismo têm fraqueza muscular e altas taxas de componentes nitrogenados no sangue.
Como há também o mecanismo de feedback negativo dos hormônios T3 e T4 com a leptina, uma alta concentração dos primeiros leva o organismo à hiperfagia(alta ingestão de alimentos) e uma baixa concentração tem efeito contrário. Devido a isso e aos outros efeitos no metabolismo já citados, portadores de hipertireoidismo sentem muita fome e não engordam. Já portadores de hipotireoidismo comem pouco e ganham peso com facilidade, apresentando intensa dificuldade em perdê-lo.



O bócio é um sintoma comum a ambas as patologias, porém as causas são diferentes. No hipotireoidismo, é causado pelo excesso de TSH e de tireoglobulina não iodada. No hipertireoidismo, acontece pela hiperprodução dos hormônios, que ocasiona a hipertrofia da glândula. Existe, também, o cretinismo, que ocorre quando há extremo hipotireoidismo durante a vida fetal, período neonatal e infância. Acrescenta-se, por fim, que mixedema é uma condição perigosa no hipotireoidismo, que pode levar ao coma.


Além desses sintomas, existem outros diversos, alguns deles citados nas figuras a seguir:





















Mas então..Qual é o tratamento para essas doenças??


Para o hipertireoidismo, são administrados medicamentos antitireoidianos, que agem diminuindo a produção de hormônio pela tireóide. Existem dois medicamentos desse tipo: o metimazol (Tapazol) e o propiltiouracil. Há o tratamento com iodo radioativo, que produz destruição da glândula, ou mesmo por cirurgia de retirada total ou parcial da tireóide. Podem também ser usados beta-bloqueadores, que agem inibindo a ação dos hormônios, e não a sua produção.
Para o hipotireoidismo, o tratamento é feito com a reposição de hormônio, na forma de comprimidos tomados por via oral. Usa-se a levotiroxina, que é uma forma farmacológica do hormônio T4.






Mecanismos de ação dos glicocorticóides

E como é que os corticóides agem em nosso organismo?

Os hormônios corticóides agem por meio de dois mecanismos: o de ação tardia e o de ação rápida. Esses hormônios são conhecidos principalmente por seus efeitos mediados pela ação tardia, que envolve regulação ao nível da transcrição gênica, podendo aumentar ou diminuir a transcrição e conseqüente tradução dos genes alvos.


(Mecanismos de ação tardia dos corticóides)

Quanto aos mecanismos de ação rápida, sabemos que eles independem de transcrição gênica mediada por sinalização via receptores nucleares, estando sim relacionados com sinalização rápida via receptor de membrana plasmática, acoplado a proteína G, via reação em cascata; tratando-se de um tipo de resposta que ocorre principalmente em órgãos como músculo, pâncreas, coração, tecido adiposo, sistema imune e cérebro.
O efeito mais notório da ação rápida de glicocorticóides está relacionada ao feedback negativo que ocorre após o estimulo que leva à produção desses hormônios. Sabemos que esse estímulo (estresse, jejum etc.) culmina com a produção de CRH pelas células neuroendócrinas do núcleo paraventricular do hipotálamo, que por sua vez estimula a produção de ACTH por células da adenohipófise, que por fim estimula as adrenais a produzirem o hormônio corticóide. Mas quando é que o organismo fica sabendo que está na hora de parar (diminuir) essa síntese? Em um artigo publicado em dezembro de 2006, na revista Endocrinology, foi mostrado que esse feedback negativo ocorre por meio de sinalização rápida, quando o hormônio corticóide produzido se liga a um receptor de membrana de célula neuroendócrina, acoplado a proteína G, que leva à ativação de uma reação em cascata que culmina com a produção de um lipídio endógeno denominado endocanabinóide, que por sua vez liga-se ao seu receptor(CB1) em uma outra célula neuroendócrina, inibindo assim a síntese de glutamato,neurotransmissor responsável pela sinapse que ativa essas células a produzirem CRH.



Dos glicocorticóides, o mais notável no organismo humano é o cortisol, que apresenta uma grande plasticidade quanto aos efeitos que medeia, atuando nos mais diversos sistemas do nosso organismo, abrangendo órgãos como cérebro e rins, sistema cardiovascular, sistema imune, tecido conjuntivo, participando até mesmo da maturação do feto durante o desenvolvimento embrionário. Mas nos nossos estudos de biobio, o cortisol se destaca por sua atuação na homeostase glicêmica, onde durante o estresse/jejum ele atua na ativação da transcrição dos genes de todas as enzimas que contribuem para a quebra de TAG, para a gliconeogênese, para glicogenólise e para a quebra de proteínas, a fim de que se tenha um aumento nos nível glicose no sangue.


Dos mineralocorticóides, a aldosterona é a estrela da regulação do balanço hídrico eletrolítico, sendo sua produção estimulada quando a pressão arterial está reduzida, bem como os níveis de sódio no sangue. Assim, suas ações levam ao aumento da pressão arterial por que aumenta a captação de sódio pelas células epiteliais dos dutos coletores dos rins. Também é válido lembrar que a aldosterona possui outras ações, como ações não-epiteliais e também não genômicas, que contribuem para a variedade de ações que desempenha na homeostase da pressão sanguínea, incluindo células alvo no coração.


E por fim, queremos lembrar que os esteróides sexuais produzidos nas glândulas adrenais são precursores convertidos perifericamente nos potentes hormônios sexuais como a testosterona e o estradiol. São precursores importantes na menopausa, onde o estradiol de origem adrenal direta ou indireta contribui para a atividade estrogênica. Bom pessoal, esperamos que agora os corticóides não sejam mais nenhum bicho de sete cabeças para vocês, e para refletir, quero deixar uma célebre frase de um médico, que nos faz olhar mais criticamente quanto à utilização indiscriminada de corticóides, atualmente considerados a “menina dos olhos” da indústria farmacêutica, no tratamento de diversas patologias, especialmente as de cunho alérgico: “ os corticóides são o melhor caminho para você levar o seu paciente para a cova”. Até mais!!! Tássia
Ah! só mais uma coisinha... a bibliografia que eu utilizei tanto para o painel quanto aqui para o blog é a seguinte:
- JMC Connell, E Davies.. The new biology of aldosterone. Journal of Endocrinology 2004
-Necela Brian M, Cidlowski JA. Mechanisms of Glucocorticoid receptor action in noninflammatory and inflamatory cells. Proceedings of the American Thoracic Society vol 1 2004.
-K. Takahashi et al. Supression of cytokine-induced expression of adrenomedullin and endothelin-1 by dexamethasone in T98G human glioblastoma cells.Peptides 24 (2003) 1053-1062.
-Tasker et al. Minireview:Rapid glicocorticoid signaling via membrane-associated receptors. Endocrinology Dec 2006 147(12).
-Berne e Levy. Fisiologia (2003)


domingo, 22 de junho de 2008

Regulação-Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal

A atividade das glândulas supra-renais é regulada por meio de estímulos externos, que atuam especificamente sobre o hipotálamo. Estímulos dolorosos causados por qualquer tipo de estresse físico ou lesão tecidual são transmitidos, inicialmente, para o tronco cerebral, seguindo para a eminência mediana do hipotálamo. O estresse mental, por outro lado, pode causar aumento igualmente rápido da atividade das glândulas. Tal estímulo se dá por meio do sistema límbico, conjunto de células nervosas ligado principalmente às emoções, à cognição, e ao aprendizado. Nesse caso, as amígdalas e o hipocampo transmitem sinais para o hipotálamo medial posterior. Em ambos os casos, o hipotálamo passa a secretar o hormônio/neurotransmissor CRH (corticotropin-releasing-hormone), produzido nos núcleos paraventriculares e secretado no sistema porta-hipofisário. Tal hormônio segue, então, para a região anterior da hipófise (adenohipófise), estimulando a produção e a secreção de outro hormônio, o ACTH.

Nesse ponto, é importante ressaltar o significado de um estímulo estressor. Estressor é todo estímulo que induz, no corpo, um processo de adaptação ao mesmo, especialmente com mobilização de energia na forma de ATP. Nesse sentido, os estímulos podem ser classificados em três tipos básicos:

· Físico – Pode ser resultado de um trauma ou de uma intervenção cirúrgica.
· Psicológico – É aquele que geralmente está “na boca do povo”. Todos falam do dia-a-dia estressante, não atentando para o fato de que existem outros tipos de estresse.
· Químico – É um desbalanço das concentrações de substâncias no sangue, como acontece em uma situação de hipoglicemia.

O aumento da concentração de ACTH na corrente sanguínea gera, nas glândulas adrenais, uma série de processos que convergem para a maior produção de hormônios adrenocorticais, em especial androgênios e glicocorticóides. O ACTH exerce pouco, ou nenhum, efeito sobre a zona glomerulosa, ou seja, sobre a produção de mineralocorticóides.

Primariamente, o ACTH se liga a um receptor de membrana, que, por sua vez, está ligado à proteína G. Tal proteína, formada por três subunidades (a, b e g) tem, então, a subunidade a dissociada da estrutura original, sendo tal subunidade responsável por ativar a enzima adenilato-ciclase, também presente na membrana. Esta, por sua vez, passa a converter ATP em AMPc, que vai atuar em conjunto com a PKA (proteína quinase A) para fosforilar componentes do citoplasma e ativar vias metabólicas específicas:


Há aumento da atividade da esterase do colesterol e redução da atividade da colesterol-éster-sintetase, ou seja, existe mais colesterol livre no citoplasma. Ao mesmo tempo, uma proteína de transferência de esteróis transporta o colesterol liberado para a membrana externa da mitocôndria. Além disso, a proteína reguladora aguda esteroidogênica ativada por ACTH (StAR) medeia a transferência do colesterol para a membrana mitocondrial interna. Assim, existe uma maior produção de pregnenolona e, conseqüentemente, de hormônios corticóides.

Como mostra a figura, um efeito subseqüente é o aumento da transcrição gênica para os receptores de LDL, para a adrenoxina (enzima atuante no processo de hidroxilação) e para algumas enzimas P-450. Esse aumento de tradução de genes se dá pelo estímulo a fatores de transcrição (SF-1 e proteína de ligação ao elemento regulador do esterol) pelo ACTH.

A longo prazo, por fim, há aumento no tamanho e no número de células do córtex das adrenais. Além disso, há uma elevação no número e na complexidade das organelas envolvidas no processo biossintético hormonal. O efeito trófico é ampliado, porque o ACTH inicialmente regula para cima seu próprio receptor, e tanto o ACTH quanto o fator de crescimento semelhante à insulina (IGF) regulam para cima o receptor um do outro.

O ACTH e o cortisol possuem um mecanismo de inibição denominado feedback negativo, no qual um aumento excessivo da concentração plasmática das moléculas hormonais inibe a produção das mesmas. O ACTH inibe a atuação do hipotálamo, enquanto o cortisol atua inibindo o hipotálamo e a hipófise.

Por fim, é importante ressaltar que a produção de aldosterona é estimulada pelo aumento da concentração plasmática de angiotensina II em situações de hipotensão. Tal molécula atua no córtex de forma similar à atuação do ACTH. Nesse caso, porém, a via ativada é a da fosfatidilinositol 3-quinase (PI3K), com atuação da proteína quinase C (PKC) nos processos de fosforilação.